4 de set. de 2013

Parcerias em energias limpas

Pesquisador do Fraunhofer discute no IPT projetos de pesquisas e cenário mundial em energias renováveis


Um projeto de gaseificação/pirólise em parceria entre a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Karlsruhe Institute of Technology (KIT) e o Fraunhofer Umsicht, o qual será submetido no final do ano ao programa alemão BioInnovation Hub, foi um dos temas discutidos na visita feita ao IPT pelo gerente do grupo de conversão termoquímica do Fraunhofer, Tim Schulzke, na manhã de segunda-feira, 19 de agosto. Segundo Gerhard Ett, assessor da presidência do IPT, a contrapartida brasileira foi submetida à Agência Brasileira da Inovação – Finep e aguarda a análise.

O escopo de trabalho da unidade alemã fundada em 1990, que está localizada na cidade de Oberhausen, inclui a busca de inovações técnicas nos campos da energia (engenharia de sistemas e armazenamento de energia química, por exemplo), processos, como biorrefinarias, e produtos, como plásticos biodegradáveis. O orçamento da unidade em 2012 foi de € 30,5 milhões e o número de colaboradores é atualmente de 463 pessoas, entre pesquisadores, corpo administrativo e estudantes.

Projeto de parceria de gaseifição e pirólise entre instituições alemãs e brasileiras foi discutido no encontro com o pesquisador alemão (na foto, em pé)

O pesquisador iniciou a sua apresentação lembrando a proposta do governo alemão em acabar com a energia nuclear no país até 2022 e apostar em fontes de energia renováveis. Uma das iniciativas é o Centro de Inovação em Bioenergia, um projeto em curso combinando diversas áreas de expertise para desenvolver novos conceitos de uso de biomassa e aproveitar potenciais de melhoria em coleta, transporte, armazenamento e gerenciamento de processos. “O valor da matéria-prima é baixo, mas ele aumenta a cada etapa até a operação de conversão, e no final o custo logístico acaba sendo responsável por 80% do valor total da operação”, afirmou ele.

O projeto trabalha com biomassa cultivada úmida, biomassa cultivada seca e resíduos biogênicos. Resultados preliminares indicam a importância da unidade de conversão no local da colheita, ou mesmo uma estação de conversão nas proximidades. “Aspectos ambientais e econômicos indicam que sistemas descentralizados de produção podem ter vantagens na produção intermediária”, explicou ele. O projeto iniciado em 2012 tem duração de 3,5 anos e participação de 11 empresas e duas universidades, com financiamento das indústrias (50%), governo (25%) e Fraunhofer (25%).

Schulzke comentou também em sua apresentação o atual cenário europeu de gaseificação de biomassa, com muitos fornecedores de plantas de pequena escala entrando e saindo, e muitas plantas sem operações constantes, e poucos fornecedores para plantas de larga escala. Por outro lado, as pesquisas sobre pirólise, um processo termoquímico usado para aproveitamento energético da biomassa, estão espalhadas em diversos centros e muitas ideias estão em discussão para o uso do bio-óleo gerado, incluindo desde a combustão para geração de calor até a sua adição ao óleo mineral para operações em refinarias. “No entanto, não há ainda aplicação comercial da pirólise; trata-se ainda uma área de P&D, e não acredito em seu uso pelos próximos cinco anos”, afirmou ele. 

A visita de Schulzke ao Brasil também foi mais um passo para discussões da estruturação do grupo de pesquisa de biomassa na cidade de Três Lagoas (MS), uma iniciativa promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em cooperação com o Fraunhofer. Fonte: IPT. Colaboração: Glauber Cruz

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