25 de jul. de 2013

SP quer ampliar potencial instalado de bioeletricidade para 13 GW até 2020



O Estado de São Paulo tem capacidade para ampliar seu potencial instalado de bioeletricidade de cana dos atuais 4,8 GW para 13 GW até 2020, com investimentos de R$ 28 bilhões, oriundos da iniciativa privada. Os dados constam do Plano Paulista de Energia (PPE), lançado no último dia 18 de julho. José Anibal, secretário de Energia do Estado, conta que de todas as fontes renováveis abordadas pelo plano - biomassa, eólica, solar e PCHs - o foco central nesse momento é a biomassa, o bagaço e a palha de cana.

"Nós conseguimos um pequeno avanço que foi cadastrar cerca de 1.500 MW no leilão de agosto, sendo 500 MW em São Paulo e os outros 1000 MW nos estados próximos e também no Nordeste. Agora, vamos ver quanto a gente vai conseguir contratar", comentou o secretário em entrevista à Agência CanalEnergia. Aníbal contou que há cerca de nove anos o Estado de São Paulo reduziu a alíquota de ICMS para o setor sucroalcooleiro de 24% para 12%. "Com o bagaço e com a palha que já temos, o retrofit das caldeiras já instaladas e a instalação de novas caldeiras, já é possível gerar cerca de 12 GW a 13 GW. Nós estamos desperdiçando essa energia", comentou.

O que falta, na opinião do secretário, é um estímulo do governo federal de contratar essa energia nos leilões e de fazer leilões por fonte. "Se o governo federal faz um preço médio único para todo mundo, ele desconhece as externalidades, de se estar gerando no centro da carga", apontou Aníbal. De acordo com ele, o estado está trabalhando junto com o setor sucroalcooleiro para se chegar a uma boa equação financeira para o leilão A-5, marcado para o dia 29 de agosto. "Essas usinas todas estão ali, no centro do consumo, geram energia renovável e não requerem grandes investimentos em linhas de transmissão. Hoje temos energia contratada no Nordeste, que não se pode trazer porque a Chesf não fez a linha de transmissão", afirmou.

Aníbal comentou que, atualmente, muitos grupos já fazem a geração distribuída, vendendo diretamente para a distribuidora, ou até vendendo diretamente para consumidores finais. Ainda como forma de incentivo, o governo isentou de ICMS todos os equipamentos produzidos no estado destinados a cogeração com palha de cana, enegia eólica e energia solar. "São Paulo produz cerca de 70% dos equipamentos para energia eólica", comentou.

O Estado, ainda de acordo com Aníbal, está fazendo um esforço na área eólica e solar. No final do ano passado, ficou pronto o atlas eólico do estado de São Paulo, que identificou quatro ou cinco regiões propícias a implantação de parques eólicos. "Do ponto de vista solar, fizemos um atlas solarimétrico e esse atlas identificou as regiões de maior intensidade", disse.

O Plano Paulista de Energia tem como objetivo propor políticas públicas para o desenvolvimento sustentável do Estado de São Paulo, com foco em energias renováveis e eficiência energética. O PPE projeta aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética do Estado dos atuais 55,5% para 69% até 2020. "O plano decorre da política estadual de mudanças climáticas, que foi aprovada na assembleia legislativa de São Paulo em 2009. Ela define que as emissões de monóxido de carbono no Estado em 2020 deverão ser 20% menores que as emissões ocorridas em 2005. É um objetivo muito desafiador. Então, é preciso atuar, induzir, favorecer, estimular tudo que possa contribuir para essa limpeza ainda maior da matriz energética da São Paulo", explicou o secretário. Ele disse ainda que o plano procurou considerar todo o tempo um modelo que seja sustentável, justo e que contribua para a redução das emissões e para a segurança energética.

Aníbal irá apresentar os planos para o Estado de São Paulo no Fórum Cogen/CanalEnergia - Geração Distribuída e Cogeração de Energia - Novo Ciclo de Desenvolvimento, que acontecerá no dia 1º de agosto, em São Paulo. O evento contará ainda com a presença do presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim; e do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Hermes Chipp.

Carolina Medeiros
Fonte: CanalEnergia - UDOP

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