14 de mar. de 2015

Contribuição do Brasil para Mitigação do Aquecimento Global


O Brasil deu a maior contribuição individual da última década para mitigar o aquecimento global. De 2004 a 2014, reduziu em 82,5% as taxas de desmatamento na Amazônia, sua principal fonte de emissões de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2).

Mas não necessariamente é motivo para comemorar. Primeiro, pois um patamar de 5.000 km2 anuais de devastação segue sendo absurdo - mais que o triplo da área do município de São Paulo. Isso para não mencionar outros estimados 7.000 km2 abatidos anualmente no cerrado (resta-lhe metade da cobertura original, contra 82% da floresta amazônica).

Segundo, porque se for feita uma comparação com as emissões dos demais setores da economia, as emissões correspondentes - sobretudo no uso de energia e na pecuária - avançam com passo rápido.

Segundo estimativa do Observatório, de 2012 para 2013 as emissões totais brasileiras aumentaram 7,8%, em boa parte pelo repique de 29% no desmatamento. Mas geração de eletricidade e transportes também lançaram 7,3% mais gases do efeito estufa, bem acima do que seria de esperar com o crescimento de 2,5% do PIB na ocasião.

As razões foram o represamento dos preços da gasolina, que estraçalhou o setor de álcool(menos poluente), e a crescente dependência de usinas térmicas a gás, óleo e carvão para gerar eletricidade.

Ainda assim, consideradas só emissões do setor energético, os brasileiros estão muito abaixo da média mundial, com 2,4 toneladas de CO2 por habitante/ano (contra 7,2 no panorama global). Quando se inclui na conta o carbono oriundo do desmatamento, contudo, chegamos a 7,8 toneladas, nível de um Reino Unido.

Diminuir a devastação florestal será um desafio. Cumpre fazê-lo, decerto, pois destruir mata nunca foi garantia de desenvolvimento. Mas sem esquecer que o restante da economia nacional se carboniza, na contramão da contribuição que o país precisa dar para limitar o aquecimento da atmosfera.

Fontes: Folha de S. Paulo e UDOP (adaptado)

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