8 de jan. de 2014

Bioeletricidade atrai investimentos internacionais para o Brasil

A bioeletricidade, gerada a partir da queima do bagaço e da palha de cana-de-açúcar nas usinas de processamento de cana, acaba de atrair investimentos de uma importante empresa francesa, especializada na geração de energia de diversas fontes. Durante os próximos 10 anos, a Albioma vai investir cerca de R$1,2 bilhão na modernização de estruturas de cogeração em usinas brasileiras já existentes.

Segundo o gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Zilmar de Souza, a decisão da Albioma vai de encontro ao grande potencial pronto para ser explorado que existe no setor sucroenergético brasileiro. “A cana tem potencial para ser o alvo de um novo ciclo de investimentos para expandir a cogeração,” afirmou.

“Sem considerar a implantação de novas unidades, é altamente viável reformar as instalações já existentes, o que poderia aprimorar mais de 200 usinas que hoje produzem eletricidade apenas para seu próprio consumo em fornecedoras de energia elétrica limpa e renovável para a rede nacional,” explica Sousa. Para ele, investir na bioeletricidade ajuda toda a cadeia produtiva da cana, o que torna iniciativas como a da Albioma altamente relevantes” O ideal seria se investimentos assim ocorressem com mais frequência, de preferência estimulados por políticas públicas claras e de longo prazo para o setor sucroenergético.”

Com parcerias já em andamento, o presidente da Albioma no Brasil, Frédéric Moyne, não revela quais as usinas sendo consideradas para os próximos investimentos. Mas ele afirma que a ideia é se associar a grupos que tenham gestão transparente e porte para processar pelo menos 2 milhões de toneladas de cana por safra.

Moyne afirma que é grande a possibilidade de fechamento das próximas parcerias da multinacional francesa com empresas situadas na região Centro-Sul do Brasil, que já se destaca na produção de bioeletricidade do bagaço de cana. "Essa indústria no Brasil está excessivamente alavancada, principalmente nessa região e com necessidade de muitos investimentos agrícolas,” afirmou.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), até 2022 o potencial de exportação para o sistema elétrico da bioeletricidade da cana seria da ordem de 14 GW médios, equivalente à energia produzida por três usinas do porte de Belo Monte. “Só tende a ganhar quem investir nessa tecnologia, ainda mais se for no Brasil, o maior produtor de cana do mundo,” explicou o gestor da UNICA.

Nos outros países onde atua, a Albioma tem plantas que funcionam com o bagaço de cana e com carvão. Nas unidades situadas nas Ilhas Maurício, no oceano Índico, e na Ilha de Guadalupe, no Caribe, a predominância é da energia extraída dos canaviais.

Fonte: UNICA

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