22 de fev. de 2013

Carros elétricos ainda são inviáveis



Lá se vão quase 20 anos desde que entrou em ação o primeiro carro moderno movido a eletricidade, o EV1, vendido pela General Motors nos Estados Unidos de 1996 a 1999. Desde então, nenhum outro projeto de veículo elétrico vingou e, ao que parece, não será nesta década que isso vai acontecer. Estudos e novas soluções surgem a todo instante (há atéenergia gerada por microalgas marinhas), mas o custo elevado impede as fabricantes de darem o passo seguinte: a produção em grande escala. Tem mais. De acordo com especialistas, se o carro elétrico não emite poluentes ao rodar, a geração da energia que chega ao veículo e as baterias, feitas de produtos químicos, afetam, e muito, o meio ambiente. Em recente reunião, o Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável apresentou dados interessantes sobre as emissões para a produção da energia. Tendo como base a gasolina, as baterias elétricas são 49% menos poluentes e o etanol, 81%. Ou seja, o biocombustível brasileiro é apontado como o que menos agride o planeta. Em contraponto a isso, há quem defenda o uso da eletricidade como solução para a mobilidade. "O motor elétrico apresenta eficiência próxima a 85% e a bateria, em seus ciclos de carga e descarga, de cerca de 80%. Enquanto isso, a dos motores de combustão interna fica próxima de 30% e a transmissão absorve outros 10%", diz o diretor-presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Pietro Erber. Segundo ele, mesmo que a energia elétrica que alimenta a bateria seja gerada em uma usina termoelétrica (que precisa queimar matéria prima para funcionar), a energia primária utilizada será menor. O governo brasileiro discorda. "O carro elétrico não é a solução para o cenário de transportes no País", afirma o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida. De acordo com ele, a energia a ser produzida (para ser armazenada nos veículos movidos a eletricidade) exigiria uma fonte adicional, que teria de ser fóssil. Ele defende o investimento na melhoria da eficiência dos motores flexíveis feitos aqui. Além das questões ambientais, outro fator que impede a produção em massa do carro elétrico é econômico. Um relatório da KPMG International aponta que, até 2018, 50% do mercado automotivo mundial será dos Brics (denominação usada por economistas para Brasil, Rússia, China e Índia) e nenhum desses países conta com programa ou estrutura para ter carros elétricos em suas cidades. Só isso é suficiente para impedir que a tecnologia demore a ser difundida. Outro estudo da sistemista Mahle aponta que, até 2030, 90% dos automóveis do mundo terão propulsores de combustão interna. "Um motor movido a biocombustível gera menos emissão em cadeia que um elétrico e tem custo muitíssimo menor", argumenta o coordenador da comissão técnica de motores ciclo Otto da SAE BRASIL, Eduardo Tomanik.

Diego Ortiz
Fonte: Jornal do Carro
Extraída do Estadão Online

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