4 de fev. de 2013

Carro híbrido, elétrico ou a hidrogênio? Montadoras não têm consenso sobre política energética


Além da indefinição no governo, não há consenso entre as montadoras sobre uma política energética. Fabricantes mais avançadas na criação global de novas tecnologias, seja híbrida, elétrica ou a hidrogênio, querem apressar uma decisão. "Aquelas que estão mais atrasadas nem tocam no assunto", diz um executivo que participa das discussões com o governo. No caso do carro elétrico, segundo ele, também há um lobby contrário dos usineiros, que temem perder o mercado do etanol. Primeira empresa a vender carros híbridos no Brasil, no fim de 2010, a Ford prepara para junho o lançamento do novo Fusion. A bateria da nova versão é 30% menor e 50% mais leve que a do anterior. O motor é 2.0, ante 2.5 do modelo que será substituído. A autonomia para rodar com o motor elétrico sobe de 70 km para 100 km, informa o vice-presidente da Ford, Rogelio Golfarb. A marca vendeu no Brasil 256 Fusion híbrido, que custa R$ 133,9 mil. A versão a combustão custa R$ 84,5 mil, ambas trazidas do México. Nos EUA, onde custa US$ 27,2 mil, foram vendidas 48,5 mil unidades desde 2009. "O futuro é híbrido e a célula de combustível", diz Golfarb. Ele pondera que as duas tecnologias operam com combustíveis disponíveis no País (gasolina e futuramente etanol), em ampla rede de distribuição. No caso do carro elétrico, seria necessária a instalação de bases de recarga de eletricidade. Golfarb ressalta que, na semana passada, Ford, Nissan e Daimler (dona da Mercedes-Benz) fizeram parceria para tornar viável o lançamento do carro elétrico movido a célula de combustível (ou hidrogênio). "A parceria prevê o início das vendas lá fora em 2017", diz. No Brasil, a chegada desse produto "vai depender da política do governo para a matriz energética." BMW e Toyota também trabalham em projetos de carros a hidrogênio. Pesquisa da consultoria Personal CO2 Zero mostra que híbridos consomem entre 20% e 40% menos combustível que carros a gasolina. Além disso, um híbrido com motor 1.8 gera 53% menos CO2 por km rodado ante a versão a gasolina. Na versão 2.0 a emissão é 48% menor e, na 3.0, 23% menor. A emissão ocorre quando o veículo usa o motor a combustão. Se for usada a bateria - quando o veículo roda em velocidade abaixo de 100 km -, a emissão é zero. Para Daniel Machado, presidente da CO2 Zero, "a economia verde é a saída para o planeta", mas há muito a ser feito para que tenha preços acessíveis. O carro elétrico é uma boa alternativa, "mas uma solução incompleta uma vez que a demanda energética para abastecer toda a frota exigiria fontes adicionais, provavelmente de origem fóssil". O presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Pietro Erber, reconhece que o carro elétrico só é viáveis com incentivos. Ele acredita que, em 2030, algo como 10% das vendas globais serão desse tipo de veículo. Sobre o temor da falta de energia, informa que um carro elétrico que percorra em média 15 mil km por ano consome o equivalente a um aparelho de ar condicionado caseiro.
Fonte: O Estado de São Paulo - Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário