11 de out. de 2012

Cana vai além do etanol e do açúcar - Empresas inauguram novas fábricas no País


Grandes grupos do agronegócio que atuam no Brasil, como a Bunge e o Grupo São Martinho, apostam cada vez mais na transformação da cana-de-açúcar em substâncias químicas usadas como ingredientes de produtos que vão dos cremes de beleza a lubrificantes industriais. Uma joint venture entre a Bunge e a companhia americana de biotecnologia Solazyme começará, no fim do próximo ano, a produzir óleos a partir do açúcar. A produtora de cana de açúcar Paraíso Bioenergia inaugurará a primeira fábrica no Brasil até o fim do ano, em associação com a americana Amyris, para a produção de matérias-primas, como um substituto do óleo de fígado de bacalhau usado em loções. O Grupo São Martinho e a ETH Bioenergia planejam construir fábricas semelhantes nos próximos dois anos. Em razão do ceticismo de alguns investidores globais, a conversão de produtos agrícolas em substâncias químicas renováveis está se tornando um negócio mais atraente no Brasil desde que o preço do açúcar caíram 13% no ano passado, e o do etanol despencou 12%. A Amyris teve uma desvalorização de 74% este ano, depois do atraso da construção da fábrica do Grupo São Martinho, e em razão da preocupação de que os seus projetos não atinjam a escala necessária para dar lucro. A Solazyme, por sua vez, perdeu 12%. O Grupo São Martinho e a Paraíso Bioenergia adotaram sistemas da Amyris em fábricas que usarão micróbios projetados para transformar a sacarose, o principal ingrediente da cana, em farneseno, um composto que pode ser processado numa variedade de produtos químicos especiais. A tecnologia da Solazyme utiliza algas geneticamente modificadas, que se alimentam de açúcar em tanques de fermentação, para produzir óleos especialmente destinados à fabricação de substâncias químicas específicas. Os produtos químicos renováveis feitos da cana concorrerão com produtos derivados do petróleo que chegam a ser vendidos a um preço superior a US$ 20 o litro, em comparação com cerca de US$ 0,50 o litro do etanol. 
A Solazyme, sediada em South San Francisco, Califórnia, pretende inaugurar uma fábrica de US$ 145 milhões em uma usina de cana da Bunge, no fim do ano que vem, para produzir 100 mil toneladas ao ano do seu óleo de algas, informou Miguel Oliveira, diretor executivo da Bunge da área de inovação global. Outras companhias de biotecnologia, como LS9, Green Biologies e Cobalt Technologies, também planejam constituir sociedades para a fabricação de produtos químicos usando a cana-de-açúcar no Brasil. A petroquímica Braskem já produz uma matéria-prima para a fabricação de plásticos usando a cana numa fábrica no Rio Grande do Sul. Mais informações/fonte: UDOP

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