O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) começou a aprovar recursos para
projetos de inovação em biomassa de cana-de-açúcar. Ontem, a instituição
anunciou a primeira operação aprovada e, até o fim deste ano, espera anunciar
também o financiamento à primeira planta comercial de etanol celulósico do
país, segundo o chefe do Departamento de Biocombustíveis do banco, Carlos
Eduardo Cavalcanti. Ao todo, a instituição tem em carteira 35 planos de
negócios nesse programa (PAISS), que somam demanda por R$ 3 bilhões. A operação que saiu na frente foi
o projeto conjunto da multinacional holandesa DSM, com faturamento anual de
"11 bilhões, e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Juntas, vão
usar a cana-de-açúcar para produzir ácido succínico, matéria-prima para diversas
substâncias químicas originadas do petróleo, entre elas, o ácido adípico, usado
na fabricação, por exemplo, de fibras de nylon. Os valores a serem liberados ainda
estão sendo discutidos, mas, de acordo com o diretor de Desenvolvimento de
Biotecnologia para a América Latina da DSM, Frank Nadimi, devem ficar próximos
de R$ 8 milhões. "Estamos avaliando, também, a construção de uma planta
comercial, após o fim desse projeto, que tem o prazo máximo de 24 meses",
afirma Nadimi. O recurso será liberado através do Fundo Tecnológico (BNDES
Funtec). O banco de fomento, segundo
Calvalcanti, deve aprovar diversos projetos do PAISS até o fim de 2012, entre
eles, a usina de etanol celulósico da GraalBio, empresa do grupo Graal -
pertencente aos irmãos Bernardo e Miguel Gradin. O projeto está avaliado em R$
300 milhões e o BNDES deve financiar em torno de R$ 210 milhões desse total,
entre linhas de investimento convencional e as de inovação do banco, segundo o
presidente da empresa, Bernardo Gradin. A unidade, que será implantada em
Alagoas, terá capacidade para produzir 82 milhões de litros de etanol de
segunda geração por ano a partir da palha e do bagaço da cana. A empresa tem
como parceiros a Beta Renewables, joint venture entre a Chemtex, braço da companhia
italiana Mossi & Ghisolfi (M&G). Também a Novozymes para o fornecimento
de enzimas e com a DSM, que providenciará as leveduras geneticamente
modificadas para o processo de fermentação. Criada há um ano e três meses, a
GraalBio investiu com recursos próprios até agora em torno de R$ 70 milhões no
projeto, segundo Gradin. Além da unidade industrial, o projeto demandará um
orçamento de, pelo menos, R$ 10 milhões por ano, segundo o presidente da
empresa, para a área de pesquisas e desenvolvimento. Ontem, o gerente de gestão
tecnológica da Petrobras Biocombustível (PBio), João Norberto Noschang Neto,
disse que a estatal está negociando com suas parceiras São Martinho e Guarani
para implantar uma usina de etanol celulósico em escala comercial. Ele afirmou
que até o fim deste ano será definida uma usina de cana-de-açúcar parceira que
disponha da matéria-prima (bagaço). "A partir daí, iniciaremos os estudos
de viabilidade técnica e econômica. A meta da estatal é estar produzindo o
etanol de segunda geração até 2015", diz Neto. Fonte: UDOP
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