28 de mai. de 2012

Usina de Sertãozinho usa bagaço para levar energia elétrica a 200 mil


 Há 25 anos, uma usina de Sertãozinho (SP) decidiu produzir energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar para abastecer a própria unidade. Atualmente, durante os seis meses da safra da cana, a empresa consegue gerar bioeletricidade suficiente para manter acesa uma cidade com 200 mil habitantes. O diretor da usina, Jairo Balbo, explicou que a tecnologia utilizada no processo foi desenvolvida e aperfeiçoada em pesquisas nacionais. "Nós temos a consciência de que trouxemos para o país uma grande oportunidade, que é uma energia limpa, renovável e inteiramente brasileira porque a tecnologia é nossa", disse. Em 2011, a geração de bioeletricidade foi responsável por abastecer 9% do consumo residencial de cada brasileiro. Segundo Balbo, a vantagem da biomassa da cana é que a safra - quando há produção de bagaço - coincide com o período de estiagem, em que o nível dos reservatórios das hidrelétricas está baixo. O diretor da usina explicou que a produção só não é maior porque o valor pago pelas companhias distribuidoras de energia não compensa o investimento. "Hoje nós temos 440 usinas e apenas 20% delas vendem o excedente [de energia elétrica]. Então nós esperamos, juntamente com o governo, discutir esse assunto e achar saídas para isso", disse. Para incentivar a produção desse tipo de bioenergia, o governo estadual isentou o setor do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "A nossa expectativa é gerar em São Paulo o equivalente a uma Itaipu com a bioeletricidade do bagaço e da palha de cana", afirmou o secretário estadual de Energia, José Aníbal. O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antônio de Pádua Rodrigues, afirmou que ainda falta vontade política para criar uma legislação específica para o setor. "Nós temos uma legislação voltada para geração de energia em cima das grandes hidrelétricas. O nosso esforço é mostrar que a energia de biomassa não pode ser enquadrada na legislação atual". Fonte: UDOP

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