24 de dez. de 2011

‘Greencard’ para o etanol brasileiro

WASHINGTON, SÃO PAULO, RIO e BRASÍLIA — Depois de mais de 30 anos em vigor, a política de subsídios ao etanol produzido nos Estados Unidos terminará no próximo dia 31. Com o recesso de fim de ano do Congresso americano, oficializado ontem, não há mais possibilidade de que seja votada a renovação da lei que impunha a tarifa de importação de US$ 0,54 por galão (equivalente a 3,78 litros) ao etanol brasileiro e que também estipulava um crédito tributário de US$ 0,45 por galão ao etanol misturado à gasolina nos EUA, a um custo atual de cerca de US$ 6 bilhões por ano aos cofres do Tesouro americano. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que reúne produtores de etanol no Brasil, comemorou o fim dos subsídios e das medidas protecionistas nos EUA. Mas especialistas alertam que isso tende a pressionar os preços do produto no Brasil — uma vez que os produtores serão incentivados a exportar num momento em que a produção brasileira de etanol diminui. Indiretamente, poderá haver impacto também nos preços da gasolina, já que o combustível tem 20% de etanol na sua mistura. — Pela primeira vez, em mais de três décadas, os EUA abrem o mercado para o etanol importado. Brasil e EUA são responsáveis por 80% do etanol do mundo, e agora não há mais tarifa para esse combustível. É um passo importante para a consolidação do etanol como uma commodity internacional — disse Letícia Phillips, representante da Unica na América do Norte.

Hoje, Brasil exporta 6% do que produz

O presidente da Unica, Marcos Jank, disse ontem que o fim da tarifa de importação do etanol brasileiro vai elevar as vendas do combustível para o mercado americano em dez vezes na próxima década, podendo chegar a um volume exportado de 15 bilhões de litros até 2022. Hoje, o Brasil exporta o equivalente a 1,5 bilhão de litros (60% para os EUA) de um total produzido de 25 bilhões de litros por ano. Ou seja, vende lá fora só 6% do que produz. Mais informações: blog do Noblat

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