16 de nov. de 2011

Sobra de biodiesel gera eletricidade em célula a combustível

Pesquisa do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP testou a utilização do glicerol, principal resíduo das reações que formam o biodiesel, na geração de energia elétrica. O estudo utilizou meios de cultura enriquecidos com glicerol para desenvolver a bactéria Pseudomonas aeruginosa, que colocada em uma célula a combustível, tem a capacidade de transferir elétrons para eletrodos, o que permite a produção de eletricidade.De acordo com Adriano Soares de Oliveira Gomes, pesquisador que realizou o estudo, as células a combustível biológicas, ou seja, aquelas que utilizam enzimas ou microorganismos para a conversão de substratos em energia, podem utilizar diversos tipos de combustíveis. “Por isso, a pesquisa nesta área tem ganhado cada vez mais espaço no meio acadêmico”, diz. “O glicerol, devido ao crescimento da produção de biodiesel no Brasil, ele vem se acumulando como um subproduto indesejável, o que motiva o estudo”. As células possuem catalisadores suportados na superfície de eletrodos que realizam reações de oxidação e redução dos combustíveis, gerando energia. O combustível é alimentado de forma contínua na célula, o que permite a produção ininterrupta de energia. “Nas células convencionais, a energia elétrica é obtida por meio da combustão eletroquímica dos combustíveis”, conta Gomes. “Nos modelos microbianos, a eletricidade é conseguida quando as bactérias são capazes de transferir os elétrons produzidos durante o metabolismo para os eletrodos”. A maior parte das pesquisas com células microbianas tem utilizado matéria orgânica de águas residuais, aponta o pesquisador. “Neste trabalho, optou-se pelo glicerol, por ser o principal subproduto da elaboração de biodiesel”, observa, “e porque o micro-organismo utilizado, a Pseudomonas aeruginosa, produz piocianina, composto responsável pelo transporte de elétrons das células bacterianas para o eletrodo, na presença do glicerol”. Mais informações no site da EESC.

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